
DIABETES
A Diabetes é a chamada doença silenciosa e uma das doenças com maior prevalência a nível mundial, prevendo-se que atinja já mais de 60 milhões de europeus, estimando-se a existência de 382 milhões a nível mundial e de 1 milhão de doentes em Portugal.
Existem dois tipos de diabetes, a diabetes tipo I e tipo II, tratando-se em qualquer dos casos de uma doença crónica que se caracteriza por elevados níveis de açúcar no sangue, encontrando-se muitas das vezes associada à presença de colesterol elevado e de obesidade, tendendo por sua vez a aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
A diabetes pode ocorrer por insuficiente produção de insulina pelo pâncreas, no caso da diabetes tipo I, sendo mais frequentemente diagnosticada em crianças e indivíduo jovens.
No caso da diabetes do tipo II ou Mellitus, a mesma surge usualmente em indivíduos adultos e de idade mais avançada e deve-se a um aumento de resistência da absorção celular do açúcar que é distribuído através do sangue pelo organismo, com causas diversas, nomeadamente a obesidade, o tipo ou a forma de alimentação menos correta e até aumento do stress emocional, que resultam num aumento de hipóteses de complicações de saúde.
Esta doença provoca genericamente aumento de presença de açúcar no sangue que não é absorvido pelas células como devia, provocando por isso malefícios graves no organismo, ao nível dos vasos sanguíneos e dos nervos.
Podem ocorrer, especialmente na diabetes tipo I, casos de coma e de morte quando se verificam situações de cetoacidose[i], e em ambos os tipo de diabetes outras situações graves como a falência das funções de alguns órgãos específicos, tal como a vista por retinopatia, a nefropatia[ii], e a dificuldade de circulação sanguínea nas partes terminais dos pés e disfunção erétil [iii] bem como a dificuldade de cicatrização de algumas feridas e a sua consequente infecção e a amputação.
Aparte destes dois tipos de diabetes existe outra situação conhecida por diabetes gestacional, que pode ocorrer em certas situações nas mulheres durante a gravidez, normalizando consequentemente após o parto. Há que considerar igualmente a situação de pré-diabetes, quando os níveis de concentração de açúcar do sangue são ligeiramente superiores aos níveis normais, mas não justificando o diagnóstico da doença, tratando-se contudo de um sinal de alarme que deve levar ao controlo da alimentação e de aumento de exercício físico para evitar ou retardar ao máximo possível o diagnóstico da doença.
A diabetes é por vezes descoberta e diagnosticada através de análises ao sangue ou urina em circunstâncias ocasionais ou por um teste de glicemia, muito embora haja a considerar alguns sintomas indiciários da doença, como a sede constante e muitas vezes com rejeição do sabor da água, o aumento de fadiga e de cansaço físico sem razões aparentes, um aumento da frequência urinária, nomeadamente no período noturno, o aumento de apetite embora por vezes contrariado pela sede, uma perda de peso sem motivo aparente, o surgimento de irritabilidade em circunstâncias não habituais, problemas de visão ou alterações muito rápidas da mesma, e também por vezes uma considerável dificuldade de combater certas infeções, como a gripe.
A diabetes não tem tratamento definitivo, muito embora os doentes controlados possam usufruir atualmente de medicação específica para manutenção de níveis otimizados de açúcar no sangue, evitando desta forma os malefícios graves da sua não absorção normal.
Para isso o acompanhamento médico constante é fundamental – quer na fase inicial da descoberta da doença, quer na manutenção e acompanhamento do tratamento -, bem como a leitura dos níveis de glicemia no sangue, o controle de peso e da tensão arterial, associados a uma alimentação correta, aumento de exercício físico, cessação do hábito de fumar e redução de consumo de álcool.
A tudo isto deve-se aliar fundamentalmente um forte apoio familiar e uma significativa redução de fatores de stress emocional.
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[i] Cetoacidose provoca cetonas na urina, um hálito característico frutado, boca e pele secas, uma constante vontade de urinar, confusão mental, náuseas e dificuldades de respiração.
[ii] Nefropatia diabética é uma complicação que provoca insuficiência renal crónica, levando a necessidade de realização de hemodiálise.
[iii] A disfunção erétil no homem com diabetes decorre da danificação dos vasos sanguíneos e dos nervos, reduzindo o fluxo sanguíneo e levando à perda da sensibilidade dos órgãos sexuais.